Coleção BR RSDPNH MCG - Manuscritos de compositores gaúchos

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Código de referência

BR RSDPNH MCG

Título

Manuscritos de compositores gaúchos

Data(s)

  • 1ª metade do século XX (Produção)

Nível de descrição

Coleção

Dimensão e suporte

Papel

Área de contextualização

Nome do produtor

(1873-1958)

Biografia

Murilo Furtado (Porto Alegre, 1873 — Porto Alegre, 1958) foi um músico, compositor e professor brasileiro.

Biografia e carreira
Com nove anos de idade, Murilo já estudava violino, teoria musical, harmonia e contraponto, sendo discípulo dos italianos Giuseppe Panise e Thomaz Legori. Continuou seus estudos por conta própria depois de terminar o curso com eles, analisando a produção européia romântica, dando grande atenção às óperas veristas.[2]

Numa das apresentações de uma companhia italiana de ópera no Theatro São Pedro, conheceu Arturo Evangelisti, que seria o futuro libretista da ópera Sandro, de Furtado, a primeira de autor brasileiro a ser representada na cidade. Furtado também foi professor do curso de música do antigo Instituto Livre de Bellas-Artes, o antecessor do atual Instituto de Artes da UFRGS.

Nome do produtor

(1908-1965)

Biografia

“Luís Cosme nasceu em Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul a 9 de março de 1908. Pertencia a uma família de músicos: seus irmãos Walter e Sotero foram, respectivamente, pianista e violinista. Luís iniciou aos oito anos de idade os estudos musicais. Dedicou-se ao violino e recebeu as primeiras lições de harmonia de Assuero Garritano, no Conservatório de Porto Alegre.

Em 1927 embarcou para os Estados Unidos, onde se candidatou a uma bolsa de estudos. Bem sucedido, freqüentou o Conservatório de Cincinnati, Ohio, durante dois anos. Foram seus professores naquele estabelecimento de ensino Robert Perutz e Wladimir Bakaleinikoff, o primeiro de violino e o segundo de composição. De volta ao Brasil, dedicou-se ao magistério no Instituto Musical e no Colégio Americano de Porto Alegre.

Datam dessa época os primeiros ensaios de composição. Já em 21 de outubro de 1931, numeroso público encheu a Sala Beethoven, da capital gaúcha, para assistir a uma Noite Brasileira de Radamés Gnattali e Luís Cosme. Em 1932, transferiu Luís Cosme sua residência para o Rio de Janeiro. Não tardaria a apresentação do bailado Salamanca do Jarau como suíte orquestral: em outubro de 1936, sob a batuta de Heitor Villa-Lobos, a orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro deu-o a conhecer ao público carioca. Em 1937, Francisco Mignone fazia o mesmo em São Paulo. No mesmo ano, Georg Wach, regente alemão, executou, em Berlim, seu Prelúdio, para orquestra, e a Canção do Tio Barnabé, recentemente instrumentada. Quando foi impresso o álbum de Música Brasileira Moderna, destinado à Exposição Internacional de Arte e Técnica, realizada em Paris em 1937, Luís Cosme figurou, com a peça Mãe d’Água Canta, para violino e piano, entre os dez autores selecionados para aquela pequena antologia.

(...)

O trabalho mais importante de Luís Cosme é o bailado Salamanca do Jarau, inspirado na lenda gaúcha do mesmo nome recolhida por Simões Lopes Neto. (...)

A obra pianística de Luís Cosme consiste em três peças denominadas Três Manchas: Saci Pererê, Canção do Tio Barnabé e Dança do Fogareiro. (...)

A obra vocal de Luís Cosme iniciou-se, em 1931, com as Três Manchas Gaúchas (Colonial, Aquela China e Balada para os Carreteiros), para voz média. (...)

Em 1946 Luís Cosme compôs mais um trabalho de vulto – o bailado Lambe-Lambe, para orquestra. (...) No Lambe-Lambe, Luís Cosme empregou o resultado de seus estudos das partituras de autores contemporâneos e obteve, é justo reconhecer, efeitos sedutores. (...)

Infelizmente, enfermidade implacável o impediu de compor desde 1951. Voltou-se então para a musicologia, publicando Introdução à Música, Música e Tempo e Música Sempre Música, que contêm interessantes ensaios. Faleceu no Rio de Janeiro no ano seguinte.

Nome do produtor

(1901-1986)

Biografia

“Este compositor gaúcho é um caso sui generis na nossa música. Nascido em 1901, só a partir dos anos setenta e, mais precisamente, de 1975 é que se fez conhecer, aplaudir e admirar fora do Rio Grande do Sul. O relativo isolamento do Estado sulino e seu retraimento natural foram, em parte, responsáveis pelo desconhecimento de sua obra. O pianista Paulo Afonso de Moura Ferreira foi seu primeiro divulgador nacional e breve angariaria o apoio de Gilberto Mendes, que escreveu com entusiasmo a seu respeito, salientando o aspecto pioneiro de seus trabalhos mais antigos. Na verdade, nem mesmo no Rio Grande do Sul era ouvido com freqüência. Sua aceitação nos grandes centros nacionaisé que levou a uma maior assiduidade de seu nome nos concertos gaúchos.

Retiro de uma carta de Armando Albuquerque a Gilberto Mendes algumas notas qu ajudam a compreender o compositor: “... nada teria acontecido, não fosse a viagem que fiz a São Paulo (1926-28), onde me movimentei intensamente, mas nunca procurei quem quer fosse que cuidasse de composição. Em São Paulo já comecei a compor dentro de uma linha moderna, mas foi somente quando voltei a Porto Alegre que toda aquela força acumulada se libertou, verdade que com muito esforço”. Albuquerque foi mesmo um autodidata e só seguiu dois cursos: harmonia e violino.

Gilberto Mendes salientou na “Tribuna”, de Santos, que a sensibilidade de Albuquerque “captou as verdadeiras vibrações de seu tempo e ele chegou, por intuição, a uma obra que refletiu sozinha, no Brasil, lá no Sul, o expressionismo popularesco de um Kurt Weil, George Antheil, compositores que provavelmente ele nem conhecia naquele tempo (1928). Até nos títulos a gente sente a atmosfera daquela época, daquela geração maldita que viveu entre Paris e Berlim pré-nazista, a Berlim do cabaret”.

(...)

Bruno Kiefer afirma que “a linguagem harmônica do compositor é do século XX: seus ritmos têm instabilidade que impregna o nosso modo de sentir. Formalmente é compacto, denso. De resto é...Armando Albuquerque”. Louva Kiefer as obras para a voz do compositor gaúcho que são 24, quase todas sobre versos de Augusto Meyer e de Athos Damasceno. Saliento a Oração da Estrela Boeira, Serenata Dotrefoá (trítico), Órbita, a coletânea Sorriso Interior como as mais atraentes.

Dentre sua obra para piano, bastante mumerosa aliás (33 peças, algumas em várias partes), destaco cronologicamente Pathé Baby (1926), Moto Non Perpetuum (A Mastigação...) de 1928 e estreado por Moura Ferreira no Festival de Santos em 1976, Chopp (1929), Chourama (1929), Quase Noturno (1939), Motivação (1945), Tocata (1948), Suíte Bárbara Infantil (1965) e Sonho III (1974). (...).

Albuquerque é um compositor que nunca chegou a aderir a esta ou aquela corrente. E preferia o repertório de câmara, embora tenha utilizado a orquestra com correção. Seus conterrâneos sentem o gauchismo fervoroso desse homem sereno, alto, moreno e forte, com a cabeça branca e olhar bondoso. (...)

Quando falava acima de sua música de câmara, pensava no excelente Trio nº 2, estreado em 1976 por Arnaldo Estrela, Mariuccia Jacovino e Iberê Gomes Grosso, e no quinteto Trip (1947), para piano e cordas, transcrição feliz da Suíte Bárbara Infantil, de idioma avançado. Compôs ainda três obras para orquestra que comprovam sua mestria na instrumentação: a Suíte Breve, estreada por Pablo Komlos em 1954 e interpretado por Vicente Fittipaldi, em 1980, com muito agrado do público portoalegrense. (...)

Armando Albuquerque não é um compositor bissexto. Sua atuação criadora foi até continuada e persistente. O isolamento no sul do país, aliado a uma acomodação de temperamento, retardaram injustamente seu reconhecimento nacional, que afinal se concretizou. Continua pouco impresso e pouco gravado. Merece maior apoio dos tutores culturais de seu rico Estado natal, que em outra época badalaram exageradamente a discreta genialidade de Luis Cosme. Faleceu em Porto Alegre em 1986.”

Nome do produtor

(1901 - 1958)

Biografia

Às onze horas do dia 26 de dezembro de 1901, nasce Nathalio Henn, na cidade de Quaraí, fronteira com a cidade de Artigas, República Oriental do Uruguai, cidades que integravam os Povos Missioneiros. Filho de João Rodrigues, descendente de índios, e Inocência Henn, descendente de alemães.

No período entre os anos 1906 e 1912, Natho inicia seus estudos de piano aos cinco anos de idade, sua primeira professora foi, na verdade, a sua mãe. Tendo em sua família a música por tradição, era frequente a realização de saraus, peças teatrais ou recitais de canto e dança, compondo, neste período, obras como Dança de arlequim. Nesta idade ainda, foi influenciado pelo catolicismo, e sob orientação de um sacerdote, foi convidado a participar de cerimônias religiosas aos domingos, tocando peças de J. S. Bach e improvisos. Também, nessa época, tocou piano em clubes noturnos de Artigas, Uruguai, de forma a complementar e ajudar a renda da família, momento em que passaram por grandes dificuldades. Com o passar dos anos, Natho Henn passou a ser notado pela sua qualificação composicional, compondo uma coleção de valsas, influenciado principalmente, pela música de balé.

Em 1913, apesar das grandes dificuldades, sua mãe e Natho passam a residir em Montevidéu, na busca de continuidade dos estudos de piano de seu filho. Nesta fase, foi aluno de Willians Kokler, condiscípulo de Rubinstein. Foi nessa época que escreveu música para Branca das Neves, opereta em que foi intérprete principal. Ainda nesta fase, Natho Henn debruçou-se no estudo técnico do piano, impondo-se um rigoroso período de aperfeiçoamento criando estudos por meio da utilização de oitavas e terças de forma cromática, mesclando variações rítmicas. Ainda, compõe uma série de minuetos com temas modulados em diversas tonalidades, acentuando o sotaque brasileiro nessas composições. No mesmo ano, retorna a Quaraí, onde passa a lecionar piano e compor outras peças como, O Guasca, composição de características regionais, que procura captar os sons e o ritmo do estilo sulino de viver. Em 1917, sua mãe, Inocência Henn, acaba falecendo, foi ela a grande incentivadora de Natho para a arte e para a música.

Não se tem muitas informações sobre o lapso temporal após este período até a data de 1929, que é quando o Instituto Verdi de Montevidéu, outorga a Natho Henn o título de Professor Superior de Piano, com a classificação Sobresaliente y Mencion. Ainda neste período, estudou com Eduardo Fabini, importante compositor e pianista uruguaio, compositor de obras como “Tristes”, “Intermedios”, “Estudio Arpegiano” entre outras.

Em 1931, fixa residência em Livramento, neste ano, entre idas e vindas, viaja a Porto Alegre para apresentar um concerto na Sala Beethoven, espaço musical destinado a apresentações e concertos de música erudita, localizado na Casa Beethoven, loja de instrumentos musicais, acessórios e partituras que se mantém em exercício ainda nos dias de hoje.

Em 1934, apresenta recital no Theatro São Pedro, no programa estão obras de Beethoven, Chopin, Debussy, Fabini, Frutuoso Viana e as suas próprias composições.

Em 1935, ano do centenário da Revolução Farroupilha, é instituído um concurso musical para compositores gaúchos, competição cuja obra Páginas do Sul, de Natho, é vencedora.

Em 1939, apresenta recital de piano no salão nobre da Prefeitura de Livramento, entre as obras executadas, estão composições de Beethoven, Schumann, Debussy, Chopin e Liszt.

Em 1940, participa dos festejos do Bicentenário da Cidade de Porto Alegre, onde toca sua composição Páginas do Sul, figurando também o álbum comemorativo do Bicentenário.

Em 1942, muda-se para Porto Alegre, onde passa a exercer atividades de professor de piano, compositor e concertista. É neste período que surgem composições como “Violão” e “Prelúdio”. Passa também, a se apresentar em concerto no Theatro São Pedro, no programa, constavam clássicos e autorais.

Em 1943, compõe as obras “Ciranda”, “O canto da rolinha” e “Hino glória ao Brasil”, também trabalha com arranjos musicais para teatro infantil.

Em 1944, compõe “Prelúdio I” e “Prelúdio II”, apresenta-se no Theatro São Pedro novamente, conquistando, aos poucos, lugar entre artistas gaúchos.

Em 1945, realiza concerto em Santa Maria, em comemoração à reinstalação da Biblioteca Pública, e realiza recitais de piano nas Faculdades Católicas de Porto Alegre e novamente, mais um concerto no Theatro São Pedro, para a novel Associação Porto-alegrense de Cultura Artística, no programa, contava com obras de Mozart, Chopin, Mnuel de Falla, Luis Cosme, Liszt e composições próprias.

Em 1946, é nomeado Fiscal do Ensino Musical Particular pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul. Como professor, tem a satisfação de ver seus alunos realizando cursos de virtuose na Europa, entre eles: Maly Weisenblum, Raquel Gutiérrez, Roberto Szidon, Miguel Proença, entre outros. Ainda neste ano, participa, no Rio de Janeiro, da conferência-concerto Aspectos gerais da formação musical no Rio Grande do Sul, com o jornalista Paulo Antônio Moritz, no Auditório da Associação Brasileira de Imprensa. Nesta conferência - prestigiada por compositores como Radamés Gnattali, Luis Cosme e Walter Schultz - Natho Henn executa suas composições autorais.

Em 1947, participa de concerto em palácio, organizado pelo governador Valter Jobim, em homenagem ao presidente do Chile Gabriel Gonzalez.

Em 1954, é nomeado para exercer, cumulativamente o cargo em comissão de Assistente Técnico da Divisão de Cultura.

Em 1955, inaugura, com outras autoridades, a Discoteca Pública, localizada em um velho casarão situado na Praça Dom Feliciano. Natho Henn, torna-se o responsável e primeiro diretor desta instituição. Na Discoteca, realiza programas artísticos, incluindo obras autorais e participações. No mesmo ano, participa também do I Festival de Compositores Rio-grandenses no Theatro São Pedro, iniciativa do maestro Pablo Komlós, diretor da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, dentre os participantes, destacam-se a presença de Walter Schultz Portoalegre, Radamés Gnattali, Roberto Eggers, Armando Albuquerque, Araújo Vianna e Murilo Furtado.

Em 1956, compõe canções de Ofélia, personagem da peça de Hamlet, escrita por William Shakespeare. No mesmo ano, atua como solista no Festival Comemorativo do Bicentenário de Mozart, junto à Orquestra de Câmara do Instituto de Belas Artes (SOCIBA), sob a regência do Maestro francês Jean Jacques Pagnot. Ainda, realiza, em conjunto com o maestro Pablo Komlós e a professora Vera Thielen, audições discofônicas comentadas no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano. Em dezembro do mesmo ano, inaugura, com o Diretor da Divisão de Cultura Ado Malagoli e outras autoridades, o Auditório Luis Cosme, na Discoteca Pública.

Em 1957, organiza audição discofônica, na Casa do Estudante, a pedido da Federação de Estudantes Universitários do Rio Grande do Sul. Nesta audição, a ementa foi baseada em comentários explicativos sobre obras e autores brasileiros. No dia 14 de julho deste ano, executa seu último concerto, no Centro Artístico e Literário Cap. Ernani Trein, em Porto Alegre.

Em 1958, é designado a exercer a função de Técnico em Música, no Theatro São Pedro. No dia primeiro de agosto, falece Natho Henn, em decorrência de insuficiência coronariana, artério esclerose, com a idade de 57 anos, no Hospital São Francisco, em Porto Alegre.

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