Subsérie BR RSSEDAC FIGTF 03.2 - Museu do Som Regional

Área de identificação

Código de referência

BR RSSEDAC FIGTF 03.2

Título

Museu do Som Regional

Data(s)

  • c. 1960 - 2000 (Produção)

Nível de descrição

Subsérie

Dimensão e suporte

Sonoro: 4734 itens

Fonte: INSTITUTO GAÚCHO DE TRADIÇÃO E FOLCLORE et al. Catálogo da Discografia do Museu Regional do Som. Porto Alegre: Corag, [s. d.].

Área de contextualização

Nome do produtor

(1954-2017)

História administrativa

As origens da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore remontam ao ano de 1954, quando os interesses de intelectuais ligados à Comissão Estadual de Folclore – os chamados “folcloristas de polígrafo” – e de tradicionalistas ligados ao 35 – Centro de Tradições Gaúchas levaram à criação do Instituto de Tradição e Folclore (ITF). Vinculado à recém-criada Divisão de Cultura da Secretaria Estadual da Educação do Rio Grande do Sul (1954), o ITF foi concebido para promover investigações e difusão de conhecimento a respeito das tradições e do folclore sul-rio-grandense. De acordo com Nedel, o Instituto “tirou jovens aprendizes do anonimato e concretizou o acolhimento oficial do tradicionalismo à estrutura estadual de governo”, tornando possível “associar burocraticamente ao estudo do Folclore o culto à Tradição” (2015, p. 154). Responsável pela realização de pesquisas sistemáticas, congressos e cursos de formação, o ITF chegou a constituir a Escola Superior de Folclore (dirigida à formação de professores da rede pública), mas foi extinto, possivelmente, em 1967, de acordo com estimativa de Nedel (2005). Na década seguinte, durante o governo de Euclides Triches, a organização foi recriada, desta vez sob a denominação de Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.

Estruturado como fundação de direito público, o IGTF foi institucionalizado através da Lei nº 6.736, de 19 de setembro de 1974, tendo como base de atuação a "pesquisa e a divulgação da cultura gauchesca" (RIO GRANDE DO SUL, 1974). Em 27 de dezembro do mesmo ano, o Decreto nº 23.613 aprovou o Estatuto da FIGTF, definindo suas finalidades básicas, seu modelo de organização e funcionamento e a constituição de seu patrimônio e receita. Em 31 de dezembro de 1974, o instituto passou à supervisão da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Decreto nº 23.662), condição que se alterou em 1981 (com a criação da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo, através do Decreto nº 30.471). Este vínculo foi alterado posteriormente em outras ocasiões, devido a mudanças na estrutura administrativa do Estado, mas a FIGTF permaneceu ligada à pasta responsável pela Cultura. Por exemplo: de 1987 a 1989, a FIGTF integrou o Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural (CODEC) e, de 1989 a 1990, a Secretaria Estadual de Cultura, Turismo e Desporto, sucedida pela Secretaria da Cultura, criada pela Lei nº 9.117 de 20 de julho de 1990.

Durante suas primeiras duas décadas de funcionamento, as principais atividades desenvolvidas pela FIGTF foram a realização de pesquisas de campo voltadas à coleta de artefatos e registros de manifestações relacionadas à cultura do Rio Grande do Sul e o apoio a eventos de cunho cultural e artístico no estado – em especial os festivais de música nativista, com os quais o Instituto contribuiu com assessoria técnica. Durante este período, a instituição publicou a célebre série “Cadernos Gaúchos”, uma coletânea de publicações sobre temas vinculados ao folclore e às tradições do Rio Grande do Sul. Através do trabalho de profissionais especializados, a instituição reuniu também um importante e multifacetado acervo arquivístico, biblioteconômico e museológico, conjunto reunido na Biblioteca e Hemeroteca Glaucus Saraiva. Em 1990, este acervo foi complementado pela doação de mais de 2,5 mil monografias produzidas por alunos da Faculdade de Música Palestrina (FAMUPA), de Porto Alegre (RIO GRANDE DO SUL, 2017).
Ainda que as finalidades da FIGTF não tenham sido alteradas ao longo de sua trajetória, observa-se que, a partir de meados da década de 1990, o órgão passou a fomentar atividades menos vinculadas à investigação da cultura e do folclore sul-rio-grandense e mais atreladas à promoção das manifestações artísticas do Estado. Neste sentido, em 1999, a instituição inaugurou o Museu do Som Regional Edson Otto (INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS, 2011), integrado por publicações e, principalmente, por documentos de gênero fonográfico (discos de 78 RPM, compactos, LPs, K7s e CDs) produzidos no Rio Grande do Sul e/ou por artistas do Estado – e coletados por meio da campanha “Doe um disco, tchê!” (RIO GRANDE DO SUL, 2011; ARNECKE, 2012). No mesmo período, em maio de 2002, a instituição criou o Estúdio Público César Passarinho, destinado à gravação de programas radiofônicos, à produção de música regional e à digitalização dos conteúdos do Museu do Som Regional (RIO GRANDE DO SUL, 2002).

Ao menos desde 1985, a instituição coletava informações sobre a memória dos festivais de música nativista realizados no Rio Grande do Sul (TOLEDO, 1985). Neste sentido, em meados dos anos 2010, a FIGTF criou o Memorial dos Festivais, um espaço destinado a reunir o acervo arquivístico acumulado pela instituição ao longo de sua trajetória junto aos mais de 40 certames de música nativista realizados a partir de 1971 (COUGO JUNIOR, 2015). Além disso, na década de 2010, a instituição passou a investir esforços em diferentes projetos vinculados à cultura popular, como o carnaval de rua e as manifestações da cultura imaterial do Estado. Também nesta década, a fundação participou ativamente de grandes eventos, tais como o Acampamento Farroupilha, a Expointer e a Feira do Livro de Porto Alegre.

Em 16 de janeiro de 2017 a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore foi extinta através da Lei nº 14.978. O encerramento das atividades da FIGTF ocorreu em virtude da execução do chamado Plano de Modernização Administrativa, que previu o enxugamento das estruturas administrativas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul sob a justificativa de obter maior economicidade de recursos. De acordo com a legislação, a Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (SEDACTEL) passou a ser responsável por desempenhar as atividades antes exercidas pela fundação. Todos os bens da instituição foram revertidos em patrimônio do Estado. Em meados de 2017, as atividades do instituto foram formalmente encerradas.

História do arquivo

Criado em 1999, o Museu do Som Regional Edson Otto buscou reunir documentos, sobretudo, sonoros, relacionados à música sul-rio-grandense considerada "tradicionalista" na perspectiva do IGTF.

Para mais informações, consulte "História arquivística" do subfundo "Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore".

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Aquisição, Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, 2017.

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

A subsérie é composta por documentos de gênero sonoro relativos ao projeto Museu do Som Regional Edson Otto, criado no âmbito da FIGTF no ano de 1999. A subsérie é composta, predominantemente por discos de vinil, mas também inclui outros suportes como fitas cassete e CDs. Tais documentos, provenientes da campanha “Doe um disco, tchê!”, organizada pela própria FIGTF, compõem uma coleção em que predominam as obras de artistas do Rio Grande do Sul, identificados com gêneros musicais caros à atividade da FIGTF.

Avaliação, seleção e eliminação

Não foram localizados registros sobre avaliação e eliminação de documentos na série descrita.

Incorporações

Não se aplica.

Sistema de arranjo

Os documentos da subsérie não passaram por intervenção técnica.

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Sem restrições de acesso.

Condiçoes de reprodução

As condições de reprodução obedecem às normas internas das instituições responsáveis pelos conjuntos que devem compor a subsérie.

Idioma do material

  • espanhol latino-americano
  • português do Brasil

Script do material

    Notas ao idioma e script

    Características físicas e requisitos técnicos

    A série é composta basicamente por documentos em gênero sonoro. A documentação encontra-se acondicionada em pastas, caixas-arquivo ou diretamente dispostas em armários de metal e gaveteiros de aço em sala da Discoteca Pública Natho Henn, no prédio da Casa de Cultura Mario Quintana. O conteúdo da subsérie não passou por intervenções técnicas. Os documentos sonoros foram catalogados, na FIGTF, a partir do critério de artista/grupo de produção e ordenados cronologicamente, conforme catálogo digitalizado no âmbito do projeto “Acervo arquivístico da extinta FIGTF: recomposição lógica e orgânica para qualificação do acesso”. A condição de preservação dos documentos é satisfatória. Sobre os requisitos técnicos exigidos, discos de vinil, fitas cassete e CDs carecem de equipamentos específicos para reprodução.

    Instrumentos de descrição

    O Catálogo da Discografia do Museu do Som Regional, publicado pela Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul (SEDAC), FIGTF e Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) realizou levantamento da coleção de discos do chamado Museu do Som Regional. As tabelas impressas nas páginas do Catálogo foram digitalizadas e seus dados extraídos por meio de OCR como parte das atividades do acordo de cooperação entre SEDAC e UFSM para o desenvolvimento de uma representação lógica e orgânica do acervo da extinta FIGTF. Esses dados foram compilados em planilhas em formato aberto (CSV) para facilitar o acesso e a sua reutilização.

    Os arquivos resultantes deste trabalho estão disponíveis para download nos links abaixo:
    Tabelas "Coleção dos Festivais" - Lista | Totais
    Tabelas "Coleção dos Músicos e Intérpretes Solos" - Lista | Totais
    Tabelas "Duplas, Trios, Grupos e Conjuntos" - Lista | Totais
    Tabelas "Seleções Musicais" - Lista | Totais
    Tabelas "Coleção das Bandinhas Alemãs" - Lista | Totais
    Tabelas "Música Italiana, Portuguesa e Espanhola" - Lista | Totais

    Área de materiais associados

    Existência e localização de originais

    A maior parte do acervo é composto por documentos sonoros que são exemplares de obras artísticas comercializadas.

    Existência e localização de cópias

    Provavelmente existem cópias dos documentos sonoros produzidos por gravadoras em outras instituições públicas e em coleções privadas. No acervo da própria Discoteca Pública Natho Henn (DPNH), constituído separadamente do acervo da FIGTF, é possível que existam exemplares de parcela desses discos.

    Unidades de descrição relacionadas

    Ver as propostas de subséries BR RSSEDAC FIGTF 03.1 (Biblioteca e Hemeroteca Glaucus Saraiva) e BR RSSEDAC FIGTF 03.3 (Memorial dos Festivais), que também devem compor a série BR RSSEDAC FIGTF 03 (Direção Técnica).

    Área de notas

    Identificador(es) alternativos

    Pontos de acesso

    Pontos de acesso de assunto

    Pontos de acesso local

    Ponto de acesso nome

    Pontos de acesso de gênero

    Área de controle da descrição

    Identificador da descrição

    FIGTF 03.2

    Identificador da entidade custodiadora

    BR RSSEDAC

    Regras ou convenções utilizadas

    ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. 2ª ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

    BRASIL. Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.

    CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. 2ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2000.

    Estado atual

    Versão preliminar

    Nível de detalhamento

    Completo

    Datas de criação, revisão, eliminação

    Elaboração da primeira versão: janeiro 2023.
    Revisão da primeira versão: fevereiro 2023.

    Idioma(s)

    • português do Brasil

    Sistema(s) de escrita(s)

      Fontes

      Nota do arquivista

      Esta descrição preliminar é produto do Acordo de Cooperação Técnica FPE nº 2149/2022 (Governo do Estado do Rio Grande do Sul) e nº 23081.010568/2022 (UFSM), firmados para execução do projeto de extensão nº 057125 (UFSM), intitulado “Acervo arquivístico da extinta FIGTF: recomposição lógica e orgânica para qualificação do acesso”, desenvolvido por meio de uma parceria entre o Departamento de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria e o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa / Diretoria de Memória e Patrimônio, vinculados à Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul.

      Área de ingresso